Sobre o artista [about the artist]
Renato Pera (1984) é artista com formação em Artes Visuais (Doutor, Mestre e Bacharel) pela Universidade de São Paulo. Foi bolsista da Capes/ CNPQ (2019-2021), Technological University Dublin (2018) e da FAPESP (2015-2016). Foi premiado pelo 42o Salão de Arte de Ribeirão Preto (2017), 24o Visualidade Nascente (2016), e indicado ao Prêmio PIPA (2017 e 2014). Participou das residências artísticas Museu Sem Paredes (online, 2021), Red Bull House of Art (2011) e Programa de Residencias Artísticas Para Creadores de Iberoamérica y Haití en México (México, 2010). Alguns de seus projetos para espaços públicos incluem Rumor (Museu da Cidade, São Paulo, 2022), Outdoor (Museu de Arte de Ribeirão Preto, 2018), Vão e Vazão (São Paulo, 2017), FIG.3 (CAL-UNB, Brasília, 2017) e Projeto Vitrines (MASP/ Metrô de São Paulo, 2011), entre outros. Tem participado de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, com destaque para Ópera Citoplasmática (Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, 2022), Tragédia! (Galeria Fortes D'Aloia & Gabriel, SP, 2022), Sangue (Auroras, SP, 2020), Metáforas Construidas (Bogotá, 2015), Ural Biennial (Rússia, 2012), e La Otra (Bogotá, 2011).
Renato Pera (1984) is an artist with formal studies in Visual Arts (Ph.D., MFA and BFA) at the University of São Paulo. He has benefited from scholarships such as Capes/ CNPQ (2019-2021), Technological University Dublin (Ireland, 2018) and FAPESP (São Paulo, 2015-2016). The artist has been awarded at the 42 Salão de Arte de Ribeirão Preto (2017), Visualidade Nascente USP (2016), and nominated for the PIPA Prize (2014 and 2017), among other prizes. He has also participated in residency programs as Museum Without Walls (online, 2021), Red Bull House of Art (São Paulo, 2011) and Programa de Residencias Artísticas Para Creadores de Iberoamérica y Haití en México (Mexico, 2010). Some of his projects for publics spaces are: Rumor (São Paulo, 2022), Outdoor [Billboard] (Ribeirão Preto Art Museum, 2018), Vão and Vazão (São Paulo, 2017), FIG.3 (CAL/ UNB, Brasília, 2017), and Projeto Vitrinas [Display Window Project] (MASP/ Metrô de São Paulo, 2011), among many others. The artist has exhibited internationally in solo and group shows: Ópera Citoplasmática (Museum Oscar Niemeyer, Curitiba, 2022), Tragédia! [Tragedy!] (Gallery Fortes D'Aloia & Gabriel, São Paulo, 2022), Sangue [Blood] (Auroras, São Paulo, 2020), Triangular: Arte deste século [Triangular: Art of this century] (Casa de Cultura da América Latina/ CAL UnB), Bestiário (Centro Cultural São Paulo, 2017), Vazão (Gallery A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2015), Metáforas Construidas (Bogota, Colombia, 2015), Ural Biennial (Russia, 2012), and La Otra (Bogotá, Colombia, 2011).
Statement
Os trabalhos de Renato Pera podem ser localizados num campo de experimentação aberto, sem hierarquias quanto aos meios, e de interesse pelo espaço arquitetônico e urbano e pelas mídias digitais. Configuram-se, em geral, como respostas aos contextos onde são exibidos ou produzidos, mantendo ativas as tensões encontradas nesses contextos. Para o artista, os objetos e as suas qualidades materiais carregam usos sociais específicos que são colocados em circulação, de modo crítico, pelos trabalhos.
Frequentemente, Pera utiliza elementos que produzem fascínio visual e sensação de artificialidade, como superfícies brilhantes, espelhadas, cores saturadas, referidos às superfícies luminosas da propaganda, da arquitetura e das telas, bem como aos seus comportamentos correlatos de narcisismo, hedonismo e assepsia. Tais estratégias procuram flagrar a tensão entre a fisicalidade dos corpos reais e a sua virtualização, momento em que são convertidos em imagem. Ao mesmo tempo, o caráter fetichista dessas experiências é contrariado pela precariedade dos materiais que ostentam marcas processuais, acidentes, improvisos e irregularidades, pelo humor, por alusões escatológicas e fisiológicas, e por seu interesse pelo gore e pelo filme de horror.
Renato Pera's works can be located in an open field of experimentation, without hierarchies in terms of media, and characterised by the interest in architectural and urban spaces, installations and digital media. The projects are generally thought as responses to the contexts where they are displayed or produced, keeping active the material/ social tensions found in these contexts. For the artist, objects and their material qualities carry specific social uses that are critically put into circulation by the works.
Frequently, Pera uses elements that produce visual fascination and a sensation of artificiality, such as shiny and mirrored surfaces, saturated colours, referring to the luminous surfaces of advertising, architecture and screens, as well as their correspondent behaviours of narcissism, hedonism and asepsis. Such strategies aim to capture the tension between the physicality of real bodies and their virtualization, when they are converted into images. At the same time, the fetishist character of these experiences is contradicted by the precariousness of materials that bear procedural marks, accidents, improvisations and irregularities, also by humour, eschatological and physiological allusions, and Pera’s interest in gore horror film genre.